segunda-feira, 3 de maio de 2010

Não julgueis e não sereis julgados

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“Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados.
Dêem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês”.


Jesus fez também a seguinte comparação: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco? O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre".

“Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão".
“Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, nenhuma árvore ruim dá fruto bom.
Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas.
O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração.
(Lucas 6.37-45)

1) Sim, nós julgamos, e muito!

• Julgar é algo natural para a mente humana. Usamos nosso conhecimento prévio para analisar pessoas e circunstâncias, seja para nos proteger ou para nos relacionar.

• Na Bíblia somos exortados a sermos criteriosos e prudentes (1 Co 14.20), o que pressupõe bom julgamento (Jo 7.24).

• Mas também somos exortados por quanto julgamento errado cometemos, por nos apegar à aparência e à própria maldade de nosso coração.

• Com nosso julgamento também acabamos nos fazendo juízes de pessoas e atitudes e passamos a condená-las às penas que nós mesmos estabelecemos como: “rótulos”, posição social, proximidade, relacionamento, etc.

2) Fazer o bem começa com julgamento (37-38)

• Esse texto está diretamente ligado ao anterior, pois geralmente é por nosso “julgamento” que alguém é considerado amigo ou inimigo.

• Mais uma vez se aplica o mesmo princípio do v. 31: “Faça aos outros o que você quer que os outros lhe façam”.

• Já sofremos julgamentos preconceituosos e injustos, sabemos o quanto isso é ruim. Sejamos nós os agentes de mudança nessa área. Deixemos de julgar e condenar.

• Não apenas isso, mas passemos a perdoar e a dar, ao invés de apenas querer receber, pois receberemos o que plantamos em maior escala.

• Digno de nota é a palavra traduzida por “perdoar”, a qual tem o sentido de “libertar”. Nosso julgamento prende e condena, mas somos chamados a libertar, como o próprio Cristo liberta (Jo 8.32).

3) A falsa pretensão do julgamento para a correção (39-42)

• É muito comum continuarmos a julgar com a falsa desculpa de que pretendemos ensinar algo a alguém. Tencionamos corrigir algum comportamento errado e trazer a pessoa à justiça.

• Jesus, então, conta uma parábola que nos faz ver o quanto somos incapazes para isso.

• Primeiramente somos comparados a cegos que querem guiar outros cegos. O problema não está em guiar, mas em não ver e se colocar na posição de quem vê.

• Depois é dito sobre a tentativa de se tirar um mal menor do irmão sem se tirar o mal maior dos próprios olhos, o qual, inclusive, impede que o do irmão seja visto.

• Nos dois casos há a idéia de se ver claramente o problema para que possamos realmente ajudar.

• Não diz para deixarmos o cego sozinho e nem para ignorarmos o cisco do olho do irmão, mas para agirmos de modo limpo e honesto. “Julgar” não ajuda em nenhum desses casos.

4) O julgamento honesto (43-45)

• Então Jesus apresenta algumas figuras para que julguemos a nós mesmos. Geralmente se usam esses versículos para julgamentos de outrem, mas pelo contexto percebe-se de que se está falando de auto-julgamento.

• Que frutos temos dado com relação a este assunto? Somos uma árvore de quê? De amor, benignidade e perdão; ou de indiferença, frieza e vingança?

• Qual o tesouro guardado em nosso coração? Bom ou mau? O que podemos tirar de dentro dele para dar aos outros? O que temos tirado?

• Não podemos dizer uma coisa e afirmar que nosso desejo é outro. Dizer que queremos o bem se só falamos o mal, dizer que queremos o perdão se só julgamos e condenamos.

• Um ditado popular diz que “o peixe morre pela boca”. Isso parece se aplicar aqui, mas o antídoto não está em simplesmente deixar de falar, mas em se limpar o coração.

• Aí sim saberemos julgar a questão (se for preciso) e não a pessoa.

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